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Os Notas Soltas são uma “espécie” de fanfarra, nascida há 7 anos no seio da Filarmónica das Cortes. Atualmente, a banda é constituída por 9 amigos unidos pela música, que gostam de se reunir para tocar “umas modinhas” e animar “a malta”. A amizade, o gosto pela música, a improvisação e a interação com o público são a matriz do grupo que a TIL foi conhecer.
A constituição do grupo Notas Soltas tem vindo a evoluir ao longo dos anos, no presente, o grupo é constituído por 9 elementos: João Machado (Saxofone Tenor), Ricardo Monteiro (Saxofone Barítono), Tiago Rodrigues (Trompete), Paulo Ferreira (Trompete), Jónatas Loureiro (Trompete), Tiago Pagaimo (Trombone), Pedro Lourenço (Tuba), Miguel Santos (Caixa) e André Gonçalves (Bombo). Embora possa parecer que ser rapaz é requisito para integrar o grupo, desengane-se, a verdade é que por aqui já passaram elementos femininos e o grupo esclareceu que não se trata de uma boy band – “não existem critérios, hoje em dia já atingimos a formação de instrumentos que pretendíamos, no entanto, no futuro, caso seja necessário restruturar, estamos abertos a toda a comunidade musical”.
Apesar de se darem a conhecer pelo conceito de fanfarra (que significa música tocada por instrumentos de metal, geralmente em momentos de festa), na realidade o grupo não se encaixa totalmente na definição, uma vez que integra outro tipo de instrumentos. No entanto, os Notas Soltas têm um espírito e missão de fanfarra – são um grupo itinerante de animação musical de rua em momentos festivos, propondo-se a proporcionar ao público momentos de entretenimento com qualidade musical.
O grupo alia as competências técnicas e a tradição, provenientes da formação nas bandas filarmónicas, com um espírito jovem, proativo e carismático. A responsabilidade e compromisso, o trabalho em equipa, a criatividade e a interação com o público são alguns dos elementos essenciais que pautam a atitude da banda. A combinação de diferentes instrumentos traz uma sonoridade agradável que agarra quem os ouve – os Notas Soltas têm a capacidade de partilhar a alegria da música com aqueles que com eles se cruzam.
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André, João, Jónatas e Miguel são os fundadores da banda que se mantém ativos até aos dias de hoje, conheciam-se da Filarmónica das Cortes e, por conselho de um amigo mais velho, decidiram juntar-se de vez em quando para tocarem umas “modinhas”. Os ensaios oficiais começaram em 2013. Os criadores recordam com nostalgia a primeira aparição pública da banda – “Foi na Casa-Museu João Soares, no final dos meses de verão, acontecia uma festa de encerramento da colónia de férias existente e o nosso grupo foi convidado a tocar. Lá fomos nós de chinelos, calções de banho, t-shirt e chapéu de palha” – foi assim que este projeto ganhou vida e que a descontração se apresentou desde logo como um fator basal.
O nome “Notas Soltas” foi sugerido pelo pai de um dos membros. A sugestão foi aceite, tendo em conta que se antevia um grupo bastante heterogéneo e com vários momentos de improviso. Antes do contexto pandémico, os ensaios do grupo costumavam decorrer quinzenalmente, nas instalações das filarmónicas das Cortes e das Chãs (sendo que todos os elementos dos Notas Soltas pertencem a uma destas filarmónicas).
O reportório, sempre dinâmico, inclui maioritariamente arranjos de músicas populares portuguesas e alguns clássicos internacionais dos anos 80/90. Os músicos confessam entre gargalhadas que quem tiver oportunidade de assistir a um concerto deles irá decerto ouvir a tradicional música “Mulher Gorda” – esta nunca pode faltar em nenhuma atuação! Outro aspeto transversal a todos os espetáculos é a importância da improvisação e da versatilidade. Por um lado, para conferir mais carisma, identidade e originalidade às atuações e também para assegurar qualidade musical, quando nem todos os elementos têm possibilidade de estar presentes, uma vez que todos têm ocupações académicas e/ou profissionais.
Quanto aos estilos e artistas que têm influenciado o trajeto e identidade da banda, João Machado mencionou, “Enquanto grupo temos várias referências musicais. A nível distrital os Farratuga são uma inspiração e a nível internacional seguimos de perto o trabalho dos Lucky Chops e de algumas Brass Bands americanas.”.
Ao longo dos últimos 7 anos, o grupo já teve oportunidade de atuar em diferentes contextos a nível regional e nacional. A banda tem presença assídua em dinâmicas culturais, participa em festas populares e religiosas, realiza animação de eventos (por exemplo casamentos, festas de aniversário/natal, despedidas de solteiro e eventos empresariais) e já esteve presente em iniciativas de cariz solidário.
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Quando questionados acerca dos melhores e mais caricatos momentos, as vozes atropelaram-se. É unânime que o concerto preferido e que guardam com mais saudade foi o que se realizou em Monção, no Festival do Alvarinho, em 2019. Tinha sido a atuação mais distante até à data, havia uma grande multidão e o público estava muito entusiasmado. Jónatas recordou com emoção – “notava-se que o público estava ali connosco a viver e a partilhar o momento musical. É isso o que mais gostamos de experienciar”.
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Também especial é a participação, ano após ano, na Festa dos Matosos. Os Notas Soltas começam a tocar às 9h da manhã, para alegrar os resistentes da festa que se prolongou noite dentro e os moradores. O dia é passado com muita música, celebração, comida, bebida e alegria, levando animação a todas as ruas da localidade. Habitualmente, esta festa coincide com as celebrações do Reguengo do Fetal, pelo que a banda tem de se dirigir para lá para cumprir com os compromissos da filarmónica. Este fim-de-semana, apesar de intenso e cansativo, deixa sempre muitos momentos memoráveis de cumplicidade e diversão.
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Atualmente, o grupo tem vivenciado os impactos da pandemia. Os concertos têm sido residuais, com destaque para a participação no “Comboio d’artistas”, promovido pela Câmara de Leiria em junho. A impossibilidade de se juntarem para conviverem, interagirem e animarem o público através da música – aquilo que mais gostam de fazer – tem tornado este um período de receio, desalento e saudade.
Apesar do ano atípico, ainda será possível assistir a uma atuação natalícia dos Notas Soltas, no entanto, desta vez será preciso ir um bocadinho mais longe. Os Notas Soltas atuam a 21 e 22 de dezembro em Arcos de Valdevez!
Para o Futuro, quando a pandemia abrandar, os Notas Soltas prometem retomar a frequência habitual dos concertos e trazem novidades – o grupo levantou a ponta do véu à TIL e sabemos que está uma música original a caminho de ser lançada. Este era um objetivo há muito tempo desejado, havia a necessidade de criar algo original e pessoal, para melhor transmitir a identidade musical do grupo. Fiquem atentos porque os Notas Soltas ainda vão dar muito que falar… e ouvir!
Por fim, Tiago Pagaimo e Ricardo Monteiro dedicam-se ao estudo profissional da música e deixam algumas palavras encorajadoras aos leitores que pretendam enveredar por este mundo: “vai ser um caminho árduo, no entanto, o importante é persistir e não desistir perante as dificuldades. É um caminho de sofrimento, mas a satisfação de se fazer o que se gosta irá compensar. Nós jovens músicos precisamos de acreditar!”.
A banda encontra-se ao dispor daqueles que pretendem contar com esta energia para animar, quem sabe, algum evento que possa estar a planear. Para saber mais podem contactar através das redes sociais.
Contactos:
Uníssono é uma rubrica da TIL Magazine, que pretende divulgar projetos de música desenvolvidos no distrito de Leiria.
Foto: DR