CYHSF: O poderio dos Geek Daddies e a simplicidade festiva dos Cassete Pirata

Geek Daddies_clap your hands say fest 2019_ leiria_teatro josé lúcio_ til magazine

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A edição de 22 de fevereiro do Clap Your Hands Say F3st ofereceu um rock imbatível dos Geek Daddies e músicas bonitas para a alma com os Cassete Pirata. A diversidade foi muita e boa.

Chegados um pouco atrasados ao Teatro Miguel Franco, já ouvíamos os primeiros acordes de Chaising Dasies, a primeira música tocada no concerto dos Geek Daddies. O som é audível fora de portas e é mesmo assim que tem de ser. A banda de Alcobaça transmite aquilo que passa para a guitarra, baixo e a própria voz: uma disponibilidade imensa para fazer mexer quem os ouve. E assim começaram João Araújo e Samuel Traquina com o espetáculo.

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Os Geek Daddies são oriundos de Alcobaça.

Este foi um concerto que entrou desde cedo a esse ritmo. Se bem que ainda com mais ritmo com a entrada de Pedro Valente, na bateria. Com uma plateia com três quartos de casa e com muitos fãs da banda (muitos deles também vindos de Alcobaça), a cada frase do vocalista existia sempre um feedback positivo. Fosse um “vamos lá!” ou simplesmente um grito de conquista. A noite ainda estava a começar e, com o rock bem sonorizado dos Geek Daddies, nem demos pelo tempo passar. Músicas como  Born to Love, Shalala Song ou The Gambler fizeram as delícias dos fãs que abanavam a cabeça em tom de plena ‘curtição’. As músicas são curtas mas o power está todo lá concentrado. Uma mistura que, pensando bem, até faz bastante sentido.

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A banda transmite uma disponibilidade imensa para fazer mexer quem os ouve.

Com o vocalista João a fazer algumas piadas com frases pseudo-intelectuais, fazendo várias referências divertidas a Gustavo Santos, de como todos nós devemos levar a nossa vida, o concerto continuou em crescente. Tanto que chegou a uma altura que eram precisas mais pessoas para aquela bonita festa. E aí entraram os amigos (e músicos) Bruno Julião da banda Knowers of Nothing (que substituiu Pedro na bateria), Leonardo Batista (o baixista dos Stone Dead) e David Granada que até é ator de teatro e cinema mas, como se viu, também consegue superar-se como vocalista. Com mais a festa ainda é maior e foi o que aconteceu até ao final. I can feed all day, Baby Baby Yeah e No Love foram alguns dos temas escolhidos. No final, tempo para uma versão alternativa de Ninguém, Ninguém, de Marco Paulo. E melhor, com coro de meia dúzia de pessoas que saiu das cadeiras para ir a palco. Foi definitivamente uma bonita festa de rock n’roll!

Depois de 20 minutos de pausa para um café e uma cerveja, chegou o tempo para ouvirmos o novo conjunto português Cassete Pirata. A banda é nova (ainda estão em tour de pré-lançamento do álbum) mas cada um dos seis membros já anda nisto da música há algum tempo para saber como chamar as pessoas para o seu canto. O toque intrusivo dos teclados de Margarida Campelo e Joana Espadinha (que repetiu presença no CYHSF), a conexão do baixo e da bateria de António Quintino e João Pinheiro, respetivamente, juntamente com a voz e acordes de guitarra de Pir. Musicalidades que vagueiam entre o pop e o rock.

Cassete Pirata_clap your hands say fest 2019_ leiria_teatro josé lúcio_ til magazine
Apesar de serem uma banda nova, os Cassete Pirata sabem como chamar pessoas para o seu canto.

A banda começou com Pirâmide e, de forma a agarrar mais a plateia, introduziu Outra Coisa Qualquer, tema que já vai passando esporadicamente em algumas rádios nacionais. Entrosados, o concerto foi fluindo por essas nuances pop que divertem e entretêm, até aos próprios artistas: nota-se que são família dentro e fora do palco e esse bom feeling passa a 100% para os ouvintes e espectadores.

O universo pop está nas veias destes cinco artistas. Fazem-no com dedicação, ainda com mais dedicação quando sentem o calor do público. E isso foi acontecendo em crescente neste concerto no Teatro Miguel Franco, em especial nas músicas Outra Vez (que foi repetida no encore final) e Sem Norte. Mais uma mão cheia de músicas e os Cassete Pirata estavam prontos para terminar ali aquele espetáculo, segundo a voz de Pir. O que, felizmente, não passou da já conhecida “vai e volta” das bandas.

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A música da banda vagueia entre o pop e o rock.

Apesar de terem sido breves minutos de pausa, os Cassete Pirata chegavam ao palco com energia renovada e prontos para dar mais rock naquele final. Outros temas também já bem conhecidos como Pó no Pé, Onze Mãos e curiosamente, a Outra Vez. A alegria, boa disposição contemplavam os rostos de todos, que saem destes concertos a relembrar mais uma bonita noite de Clap Your Hands Say F3st.

Na próxima edição, a 1 de março, são os Tomara e os Plastic People a subir ao palco para mais uma noite de rock.