Jazz, metal e um ilustre do rock nacional: bem-vindos aos concertos da semana


  • Maria de Medeiros & The Legendary Tigerman | 24 MILA BACI – Misty Fest, Teatro José Lúcio da Silva, 14 novembro, 21h30, Leiria 

Legendary Tiger Man volta na quinta-feira a Leiria e traz companhia. Depois de ter sido uma das convidadas em Femina (álbum que celebra dez anos), Maria de Medeiros vem apresentar “24 Mila Baci” a meias com o músico de Coimbra. Neste espetáculo interpretam músicas que foram banda-sonora de cinema, uma arte que tanto diz a ambos os artistas.

Lembre-se que Maria de Medeiros foi musa de Quentin Tarantino em Pulp Fiction, além de ser filha do mais famoso maestro português. Melhores referências não poderia ter a companheira de Paulo Furtado no Teatro José Lúcio da Silva. O espetáculo começa pelas 21:30.

 

A Marinha Grande acolhe a 5ª edição do seu festival de jazz, na Casa da Cultura Teatro Stephens, entre 15 e 23 de novembro. Os concertos realizam-se na Casa da Cultura Teatro Stephens, com dois nomes portugueses consagrados a actuarem este fim-de-semana.

 

  • Julian Arguelles e Mário Laginha, Festival Jazz da Marinha Grande, 15 novembro, Casa da Cultura Teatro Stephens, Marinha Grande, 21h30 (Bilhetes: 8 euros) 

Na sexta-feira é Mário Laginha quem abre as hostilidades, acompanhado do britânico Julian Arguelles. O piano do português junta-se ao saxofone do colega, num diálogo de fusão contemporânea que pisca o olho a estilos que vão do fado à folk, sem esquecer a música clássica.

 

  • Trio Lokomotiv, 16 novembro, Festival Jazz da Marinha Grande, 16 novembro, Casa da Cultura Teatro Stephens, Marinha Grande, 21h30 (Bilhetes: 8 euros) 

Já no sábado é o trio Lokomotiv, liderado pelo contrabaixista Carlos Barreto, quem visita a cidade do vidro. A ele junta-se a guitarra de Mário Delgado e a bateria de José Salgueiro para um jazz que não se nega a sentar-se na mesma mesa de estilos como o rock e as músicas do mundo.

 

 

  • The Voynich Code + Ash is a Robot + The Year + Lord Of Confusion, Seterogun, Leiria, 22h00

No sábado a Stereogun vai ter um serão dedicado ao metal, com a actuação de quatro bandas. De Lisboa vêm os The Voynich Code e os Ash is a Robot. Já da zona de Leiria vêm os The Year e os Lord Of Confusion. Os Ash is a Robot estão de regresso a Leiria depois de uma ausência de cinco anos para espalhar a sua energia frenética em palco, e apresentarem o seu mais recente álbum “Return Of The Pariah”. Já os The Voynich Code vêm apresentar muito do material que andam a preparam para o seu novo álbum. As portas da discoteca leiriense abrem às 22:00.

Fotografia/Vídeos: DR 

Leiria foi designada Cidade Criativa na área da música e já existem projetos para materializar a escolha da UNESCO


Leiria foi designada pela UNESCO como Cidade Criativa na área da música, uma distinção que passa a partilhar com 47 cidades espalhadas pelo globo, num total de 246 membros, que além da música baseiam o seu desenvolvimento em áreas como o design, cinema, literatura, artes digitais, gastronomia ou artes e artesanato folclórico.

Em comunicado de imprensa, a Câmara Municipal de Leiria adianta que as valências para dar seguimento à distinção da UNESCO são o desenvolvimento de um projeto formativo destinado às filarmónicas, a criação de dois espaços de cowork artístico e um laboratório de projetos de intervenção social junto de grupos vulneráveis e marginalizados, com recurso à ópera e à música clássica.

Gonçalo Lopes afirma, no mesmo comunicado, que esta distinção é um projeto que dá lastro à candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura: “Esta designação dá-nos ainda mais ânimo para continuarmos a desenvolver a estratégia cultural do concelho e constitui um sinal de que estamos no caminho certo”, declara o presidente da autarquia leiriense.

Fotografia: DR

Vamós é o novo autocarro cool de Porto de Mós – com viagens a 70 cêntimos


Chama-se Vamós e é o novo veículo de transportes urbanos do município de Porto de Mós, inaugurado no dia 22 de outubro. O serviço dispõe de duas linhas: vermelha e roxa, que também ligam os lugares das Pedreiras e Calvaria de Cima à sede do concelho

Numa parceria entre a autarquia serrana e a Rodoviária do Lis, o Vamós tem o objetivo de permitir à população aceder com maior facilidade a vários serviços primários, tais como a câmara municipal, tribunal, finanças, segurança social, escolas, centro de saúde ou a unidade de cuidados continuados, por exemplo.

O Vamós está equipado com wifi, além de estar preparado para receber utentes com mobilidade reduzida. Os bilhetes novo serviço são de 0,70€ por viagem, com os valores dos passes mensais estabelecidos em 9€.

Fotografia: DR

Estes são os filmes da Festa do Cinema Francês que podes ver em Leiria


Entre 30 de outubro e 3 de novembro, os teatros José Lúcio da Silva e Miguel Franco acolhem a 20ª edição da Festa do Cinema Francês, que conta com cinco filmes em antestreia, além de sessões para os mais novos.

Depois de Lisboa, Porto, Setúbal, Almada e Coimbra, na cidade do Lis são exibidos os últimos filmes de Catherine Deneuve, Fabrice Luchini ou Ludivine Sagnier, confirmando-se também a presença do realizador Julien Hallard, que vem apresentar o seu último trabalho. A TIL mostra-te os destaques do evento.

  • Comme des Garços – Quarta-feira, 30 de outubro, Teatro José Lúcio da Silva, 21:30

Comme des Garçons é uma comédia inspirada na história da primeira equipa francesa de futebol feminino. A acção decorre durante os anos 60 e o filme tem merecido destaque na imprensa por ser uma fiel caracterização de época. Confirmada na sessão de Leiria está a presença do realizador, Julien Hallard.

 

  • Tout nos Sépare – Sexta-feira, 1 de novembro, Teatro Miguel Franco, 21:30

Em Tout nos Sépare, Catherine Deneuve é uma mãe de família burguesa que tenta salvar a filha (Diane Kruger) de uma relação questionável, o que a põe em confronto com os habitantes de um bairro social vizinho. Há um desaparecimento e tentativas de chantagem neste thriller realizado por Thierry Klifa, protagonizado também pelo rapper Nekfeu.

 

  • Lola et ses Frères – Sábado, 2 de novembro, Teatro Miguel Franco, 21:30

Lola et ses Frères é uma comédia dramática sobre três irmãos que parecem destinados a desencontrarem-se. Casamentos, divórcios, ou o peso da paternidade são os temas deste filme protagonizado por Ludivine Sagnier e realizado por Jean-Paul Rouve.

 

  • Le  Mystère Henri Pick – Domingo, 3 de novembro, Teatro Miguel Franco, 21:30

Também do confronto entre ligeireza e gravidade “vive” Le  Mystère Henri Pick, realizado por Rémi Bezançon. Uma jovem editora encontra um manuscrito numa biblioteca da Bretanha que depois de editado se transforma num best-seller. O mistério adensa-se porque Henri Pick, o autor recentemente falecido, era o dono de uma pizzaria que nunca terá escrito nada além de listas de compras. Fabrice Luchini interpreta um crítico literário que, desconfiado de uma eventual impostura, decide investigar o caso.

 
Vídeos / Fotografia: DR
 

Entrevista a David J: “Portugal estará no topo das nossas preferências para atuarmos.”


David J veio apresentar “Missive To An Angel From The Halls Of Infamy And Allure” ao Teatro José Lúcio da Silva. A TIL conversou com o músico britânico sobre este novo disco a solo. Tentámos perceber as suas paixões artísticas além da música, isto em vésperas de os Bauhaus, a mítica banda que fundou nos anos 70, juntarem a sua formação original para três concertos em novembro, após 13 anos de hiato.

Quis que houvesse uma ideia ou conceito que unisse as músicas deste novo álbum?

Este não é um álbum conceptual, de forma consciente acho que nunca tentei fazer isso com nenhum dos meus discos. Talvez o dê a entender porque quando estou absorto num determinado tema, acabo por viver determinadas experiências e as músicas acabam por ser um reflexo disso. A haver um conceito seria esse, as coisas que estão mais presentes na minha vida enquanto estou a escrever as canções. Este álbum descreve uma viagem por “geografias” bastante sombrias, daí a “infâmia” e “tentação” (presentes no título); mas há um momento em que consigo sair deste labirinto, um instante de passagem em que consigo esquivar-me a estes salões de infâmia e tentação.          

Escreveu três peças de teatro e até uma autobiografia. Este último livro significa uma paragem na sua actividade literária ou tem algum novo projecto em mãos?

O que influenciou a escrita desse livro de memórias foi na altura estar também a redigir argumentos. Enquanto escrevia, imaginei as experiências da minha vida como cenas de cinema, também em jeito de argumento, um mecanismo que espero que faça do livro uma experiência fílmica. Houve uma altura que me apercebi que este tipo de escrita poderia resultar e decidi seguir em frente. E sim, já comecei a escrever um projecto sobre a altura em que estava com os Love and Rockets (a outra banda de culto fundada por J), mas que “dispara” em diferentes tangentes, um “puzzle chinês” que tenho de arrumar para tudo dar certo no fim. (risos)

Além de músico e escritor é também produtor, DJ e artista visual. Pensa continuar a explorar outros campos criativos?

Penso que não, já tenho as mãos em muitas áreas. Sinto até que é uma dispersão grande e que tenho que me concentrar em duas ou três coisas que me dão mais gozo fazer, senão acabam por ser demasiados meios de expressão.

David J vai voltar a tocar coma mítica banda que fundou: os Bauhaus

A formação original dos Bauhaus vai reunir-se após 13 anos de hiato. Planeiam tocar noutros lados, além desses concertos nos Estados Unidos?

Estamos muito interessados em fazer isso, embora não vá ser uma tournée, são três concertos numa sala grande em Los Angeles, vão ser concertos especiais. Mas adorávamos vir a Portugal, que é um dos melhores sítios para os Bauhaus, o público exprime muito apreço quando aqui atuamos. Se viermos tocar à Europa, Portugal estará no topo das nossas preferências para atuarmos.

Como está a sua relação com Peter Murphy, foi fácil tomarem a decisão de voltarem a tocar juntos?

Está melhor que nunca. Talvez o que tenha levado a isso seja o facto de ele ter estado doente (Peter Murphy, o vocalista dos Bauhaus, teve um ataque cardíaco em agosto deste ano). Ficámos muito preocupados, um problema destes põe tudo em perspectiva. Enquanto esteve hospitalizado íamos-lhe enviando mensagens, estivemos sempre em contacto. E ele apreciou isso. Quando saiu do hospital, tivemos esta oferta para tocar de novo, por isso estamos na melhor disposição para voltarmos a tocar juntos.

Fotos: Idalécio Francisco

Crítica: David J – o limbo entre claridade e penumbra


Leiria contou com a presença de David J, membro dos míticos Bauhaus. A TIL esteve lá e conta-lhe como foi o concerto.

É em “The Auteur”, terceira música do concerto de David J Haskins no Teatro José Lúcio da Silva que confirmamos haver um revezamento entre luzes e sombras, que funciona como ponto comum à maioria das músicas, que o britânico veio apresentar a Leiria. O tema fala de alguém influente no meio artístico, um homem que se insinua de forma abusiva a uma das suas colaboradoras, mas a meio da sua interpretação, aligeirando este contexto de gravitas, a guitarra semi-acústica, tocada pelo inglês, entrelaça-se com a textura das cordas do violino e o som do órgão do par de músicos que o acompanham. Tudo culmina no refrão, onde a voz do membro dos Bauhaus é descontraída e harmoniosa.

É certo que durante a próxima hora e um quarto vamos ouvir músicas que falam de prostitutas adolescentes que se vendem no West End londrino, mas isso não chega para anular a ideia de esta ser uma noite que alterna momentos soturnos com outros (quase) de júbilo.

Isso confirma-se pouco depois, em “Blue Eyes in the Green Room”, onde David J descreve o sítio de encontro de um casal, servindo-se de jogos de palavras com nomes de alimentos e referências à cultura pop. Há aqui uma agilidade que talvez pudesse despontar no repertório dos Love and Rockets, a outra banda de culto fundada pelo músico inglês, mas dificilmente poderia aparecer numa música de Bauhaus.

 

Ambas as canções fazem parte de “Missive To An Angel From The Halls Of Infamy And Allure”, um disco lançado este mês, que é uma homenagem à mulher do músico, que após 43 anos de casamento, continua a ser um porto seguro para o britânico voltar depois das viagens pelos salões de infâmia e tentação descritos no título do álbum. E é pelo seu repertório que mais de metade do concerto continua, com “Baudelaire”, “Mosaic” ou “Copper Level 7”, onde o britânico acelera e abranda progressões de acordes, com uma letra que é ao mesmo tempo erudita, poética e erótica. O que nos relembra que a destreza de Haskins enquanto letrista é inegável, que foi ele quem escreveu “Bela Lugosi’s Dead”, canção altamente influente dentro do movimento pós-punk e seminal no despontar do rock gótico.

Este concerto é uma viagem pela carreira de David J, onde a ordem cronológica está invertida e, agora, a paragem é em 2016, com “The Day That David Bowie Died”, tema onde a guitarra ao início quase nos leva para “Space Oddity”,  e J recorda o dia em que o amigo morreu, convidando-nos a fazer o mesmo.  E tudo culmina em 1985, com um tema de “Seventh Dream of Teenage Heaven”, álbum dos Love and Rockets, um momento que deixa a plateia decidida a pedir um encore, com a banda a regressar para três temas adicionais.

Não foi decerto um concerto de retrospectiva de carreira. “The Auteur”, a música nova que fala de assédio sexual que iniciou este texto, é co-interpretada em álbum por Rose McGowan, actriz e porta-voz do movimento “Me Too”. Dá gosto e sente-se frescura em ver alguém com 41 anos de carreira prezar a actualidade como uma meta a atingir.

Fotos: Idalécio Francisco

Concerto para bebés, música japonesa e um festival punk-rock nas Caldas: surpresas musicais desta semana


  • Concerto comemorativo da geminação com Tokushima – Teatro Miguel Franco – 11 de outubro – 21h30

    No Teatro Miguel Franco, um conjunto de músicos japoneses e leirienses juntam-se para a comemoração do 50º aniversário da geminação entre Leiria e a cidade japonesa de Tokushima. A realizar na sexta-feira, dia 11 de Outubro, o concerto visa divulgar a música de ambos os países e tem a participação da cantora Elsa Gomes.

 

  • 4ª edição do Pé de Ladrão Fest – SILOS Contentor Criativo – 12 de outubro   

As Caldas da Rainha acolhem a 4ª edição do Pé de Ladrão Fest, a realizar no próximo sábado, dia 12 de Outubro. Em mais uma demonstração do amor que a cidade do oeste demonstra por todas as sonoridades que provêm do punk-rock, estão confirmadas nove bandas que prometem desassossegar o espaço Silos Contentor Criativo.

Cartaz da 4.ª Edição do Pé de Ladrão Fest.

 

  • Concerto para bebés – Teatro Miguel Franco – 13 outubro – 10h

O Teatro Miguel Franco acolhe um concerto para bebés, no domingo, dia 13 de Outubro, a partir das 10h. Sob direcção do maestro Paulo Lameiro, saxofones, acordeão, tuba e cavaquinho juntam-se à voz de Isabel Catarino para fazer apaixonar os mais pequeninos por instrumentos musicais de escala adulta. As inscrições podem ser feitas aqui.

 

Fotografias: DR

Leiria e Tokushima comemoram 50 anos de geminação com mostra de cinema e teatro de marionetas japonesas


Uma mostra de cinema japonês e um espetáculo de marionetas tradicionais de Tokushima são os destaques na programação cultural que a Câmara Municipal de Leiria promove para comemorar meio século da sua geminação com essa cidade nipónica.

As comemorações decorrem durante o mês de outubro e além de cinema e teatro, constam da programação: um concerto com artistas de ambos os países; uma exposição da ilustradora de livros infantis Yara Kono; mostras de artistas plásticos; exibições de filatelia; e uma demonstração de artes marciais. A este programa cultural juntam-se eventos protocolares que celebram as bodas de ouro da geminação entre Leiria e a metrópole japonesa.

O programa completo pode ser consultado aqui