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Desengane-se quem considera que a Street Art acontece apenas nos grandes centros urbanos. A Aldeia da Barrenta este Verão veio provar-nos o contrário, apresentando-se como Aldeia Artística.
A aldeia da Barrenta, freguesia de Alvados-Alcaria, Porto de Mós, conta com 30 a 40 habitantes e neste ano excecional, sem festas, sem animação, sem música e com poucos emigrantes foi alegrada por outros elementos.
A Barrenta sempre foi uma aldeia pautada pela inovação: a capela, a estátua do velho da morada, o encontro nacional de concertinas, a escola de concertinas, o relógio, o parque de merendas, o terreno desportivo e até este ano o encontro de concertinas online.
Nesta época difícil, as ideias não pararam provando que apesar das limitações que a Covid-19 tem imposto ao nosso quotidiano, o vírus não tem o poder de impor barreiras à criatividade e imaginação.
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Assim, mais de 50 artistas, de mais de 15 países diferentes, representando todos os continentes, enviaram obras para serem colocadas nas ruas da aldeia e animar de forma artística os habitantes.
As obras são variadas: pequenos autocolantes, póster, colagens, azulejos, pinturas, tecidos e obras mais insólitas e poéticas. Para além disso, o artista Nuno Costa pintou in loco um mural, homenageando a tradição das concertinas na aldeia da Barrenta.
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O mentor deste projeto foi Tiago Martins, jovem de 28 anos que, apesar de morar em Paris desde que nasceu, vem com frequência à Barrenta onde reside quase toda a sua família – a sua conexão emocional com esta aldeia é muito intensa.
A ideia do projeto surgiu de uma forma caricata. Durante o estado de emergência, ao arrumar a casa, Tiago encontrou um sticker de uma exposição de street art em que esteve. Resolveu então guardá-lo para mostrar quando fosse à Barrenta e assim, partilhar com os habitantes esta forma de arte. A ideia escalou e percebendo que apenas um sticker não teria muito impacto, começou a contactar vários artistas para que lhe enviassem obras de Street Art inspiradas na Barrenta.
Tiago Martins foi o responsável por reunir as obras, trazê-las para Portugal e usá-las para espalhar cultura pelas ruas da Barrenta, deste modo, evitou contactos desnecessários que potenciassem a propagação da COVID-19. A diminuição das deslocações tornou este evento sustentável do ponto de vista ecológico.
O mentor é um apaixonado pela Street Art e defende que as manifestações artísticas têm um papel fundamental na sociedade, especialmente em tempos difíceis: ajudando a reduzir o stress e ansiedade, exercitando a mente e a imaginação e provocando sensações de curiosidade e interrogação. Deste modo, foi possível trazer mais dinamismo à aldeia e facilitar o acesso à arte de forma gratuita.
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Este projeto artístico não tem para já data de término, uma vez que dada a pandemia o envio de algumas obras atrasou-se, pelo que não foi possível expô-las todas na semana designada. No entanto, Tiago Martins assegura que irá continuar a decorar as ruas sempre que vier a Portugal, para que todos tenham oportunidade de ver as obras que vieram do outro lado do planeta e que foram feitas de propósito para a Barrenta. Para além disso, as obras expostas não são definitivas e acabarão por desaparecer sozinhas com as condições meteorológicas.
Não deixe de dar um passeio até esta Aldeia serrana de Porto de Mós, ficará a conhecer a Aldeia Artística onde encontrará o trabalho de vários artistas espalhados por diversas ruas, que fizeram mais de dois mil quilómetros até lá chegarem.
Poderá encontrar mais informações acerca desta iniciativa no Facebook e Instagram.