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O júri pronunciou-se e dos 20 doces de Leiria que concorreram para representar o distrito no concurso 7 Maravilhas Doces de Portugal, foram eleitos sete finalistas.
De uma lista inicial de 907 candidatos de todo o país, foram escolhidos 140 doces candidatos às 7 Maravilhas Doces de Portugal, que irão avançar para votação do público, durante os meses de julho e agosto, em vários programas emitidos em direto pela RTP.
A lista de 140 candidatos a maravilhas doces é composta por 7 doces por distrito e região autónoma e será reduzida a um pré-finalista por programa, perfazendo um total de 14 receitas que irão competir nas semifinais. A grande final decorrerá dia 7 de setembro.
As sete categorias que compõem o concurso são: biscoitos e bolos secos, doces de colher e à fatia, doces festivos, doces de fruta e mel, doces de inovação, doces de território e bolos de pastelaria.
Os sete bolos a concurso pelo distrito de Leiria representem cinco concelhos, sendo que Alcobaça e Peniche têm duas receitas escolhidas.
Conheça abaixo sete finalistas da região para o título de “maravilha”:
- Cornucópias de Alcobaça (Alcobaça)
A origem deste doce conventual vem da cornucópia, um vaso que possui uma forma de corno e no seu interior está repleto de frutos e flores, o que, antigamente, queria simbolizar a fartura, a abundância.
- Pão-de-Ló de Alfeizerão (Alcobaça)
Crê-se que o Pão-de-ló de Alfeizerão seja resultante de receitas ancestrais de freiras do Mosteiro de Santa Maria de Cós (Alcobaça), tendo a vila de Alfeizerão sido considerada a herdeira da receita. Foi o Padre João Matos Vieira, que por uma questão de sobrevivência durante a Revolução de 1910, iniciou, com a ajuda de familiares e amigos, a confeção e comercialização deste bolo. A estrada de ligação Lisboa-Porto passava por Alfeizerão e os motoristas adquiriram o hábito de aí pararem para comprar o tão apreciado bolo.
- Cavacas das Caldas (Caldas da Rainha)
As Cavacas das Caldas fazem parte da gastronomia típica da região de Caldas da Rainha. A história da sua confeção está ligada à freguesia de S. Gregório, na aldeia da Fanadia, local onde nasceram as irmãs Rosalina e Gertrudes Carlota, que ficaram célebres por exercerem a atividade de doceiras, em Lisboa, na corte do Rei D. Carlos. Com a crise e a queda da Monarquia, em resultado do Regicídio de 1908 e da implantação da República a 5 de outubro de 1910, as irmãs voltaram à sua terra natal e dedicaram-se, junto ao Hospital Termal, à venda de cavacas.
- Brisa do Liz (Leiria)
As Brisas do Liz, também conhecidas, embora com menos expressão, como Brisas de Santa Ana, são bolos tradicionais de Leiria, feitos à base de amêndoa, açúcar e ovos. A origem deste doce é bastante antiga e integra a doçaria conventual porque a sua origem remonta às freiras do antigo convento de Santana. Mais tarde, no seio de uma reconhecida família da cidade de Leiria e apoiando-se em relações de amizade,entre Maria do Céu Lopes e Georgina Santos, em Angola, renasce a receita das tão afamadas Brisas do Liz, pelas talentosas mãos da D. Georgina. De regresso a Leiria, a amizade converteu-se em sociedade, que deu origem ao carismático Café Colonial – ainda hoje recordado como um dos mais emblemáticos da cidade.
- Amigos de Peniche (Peniche)
Amigo de Peniche é um pastel doce típico da cidade de Peniche, cujo nome é inspirado na expressão amigos de Peniche, que se refere a um falso amigo, um parceiro desleal que não merece confiança e está apenas interessado em receber às custas de outros sem oferecer nada em troca. Parecida com os pastéis de feijão, os amigos de Peniche, são confecionadas com farinha, açúcar, ovos e amêndoa.
- Esses de Peniche (Peniche)
Um dos doces tradicionais de Peniche são os deliciosos biscoitos em forma de esses. Uma iguaria com sabor extra a amêndoa e envolvidos em açúcar. Ideal para acompanhar com um chá ou café.
- Pastéis de Mós (Porto de Mós)
O Pastel de Mós é o primeiro doce desta localidade e pode ser encontrado na Pastelaria Portomosense, propriedade de Anselmo Antunes e Sandra Correia. Quem passava por Porto de Mós questionava qual era o doce tradicional da localidade, que não tinha nenhum. Esta oportunidade foi aproveitada por Anselmo Antunes, pasteleiro de ofício e Sandra Correia, sua esposa. Para a sua criação inspiraram-se nos doces conventuais e a forma do pastel remete para a zona onde se insere: a pedra mó, um dos símbolos do concelho. O doce é confecionado com ovo (em grande quantidade), amêndoa, açúcar e uma farinha especial. Os outros ingredientes são um segredo dos empreendedores.
Fotografias: DR